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O padrão de beleza e seus impactos emocionais às mulheres

O padrão de beleza e seus impactos emocionais às mulheres

Existe uma alteração no padrão de beleza contínua, a cada momento e tempo específico tem alguma parte do corpo da mulher que precisa ser mudado e melhorado, e sempre com o foco de se manter jovem. Na internet além de postagens de fotos de corpos malhados, também são postadas as medidas de porcentagem de gordura, havendo uma idealização de ter que apresentar índice de gordura corporal inferior a 10% para estar dentro do padrão, algo difícil de ser conquistado por qualquer pessoa se for levado em consideração fatores como predisposição genética, metabolismo e facilidade de desenvolvimento muscular (Leme, 2013).

Há uma idolatria estética provocada pela mídia, gerando uma necessidade de prática de dietas, muitas vezes feitas inadequadamente, assim como o uso de suplementes e esteroides anabolizantes que provocam quadros como ortorexia, uma excessiva preocupação com a pureza do alimento consumido, e a vigorexia sendo uma desordem dismórfica corporal que se apresenta em algumas pessoas que frequentam academia excessivamente

O consumismo traz a questão de que o indivíduo molda sua concepção subjetiva a partir do que é normal em seu ambiente social, dado que a cultura é determinada por uma representação momentânea sobre o corpo, exposto no mundo da moda, televisão, cinema e internet. Tudo isso reforça o fato de que no ocidente existe um culto ao corpo, que atrela o ideal da magreza a ser competente, ter sucesso e ser atraente sexualmente, gerando nas mulheres uma insatisfação com a sua imagem corporal, levando muitas delas a desenvolver transtornos alimentares como anorexia nervosa, bulimia nervosa, além de depressão e isolamento social (Alves, et al., 2009).

A mídia propaga esse olhar consumista sobre o corpo, apresentando a transformação estética de forma rápida e natural: este é o diálogo da mídia imediatista. Nas mídias,

[…] aquilo que dá suporte as ilusões do eu são, sobretudo, as imagens do corpo, o corpo retificado, fetichizado, modelizado como ideal a ser atingido em consonância com o cumprimento da promessa de uma felicidade sem máculas. São, de fato, as representações nas mídias e publicidade que tem o mais profundo efeito sobre as experiências do corpo. São elas que nos levam a imaginar, a diagramar, a fantasiar determinadas existências corporais, na forma de sonhar e desejar que propõem (Santaella, 2004, p. 125).

As mudanças socioeconômicas transformam a visão cultural do espaço ao passar do tempo e junto a isso muda também o objetivo corpóreo: existe um culto ao corpo, manipulado por uma indústria cultural da mídia e internet. Tudo isso gera necessidade de ajuda: um abrir os olhos de que o padrão estabelecido não seja o da pessoa, e que ela pode ser diferente, fazer outras atividades sem tanta preocupação e carga mental, ser mais livre, conhecer-se e aceitar-se dentro de sua originalidade corporal (Russo, 2005).

Diante deste cenário surge a importância ao trazer à sociedade uma reflexão sobre as escolhas que as mulheres têm feito, ou melhor as imposições as quais têm se submetido, com relação a seus corpos com dietas, exercícios físicos e mudanças cirúrgicas.

Como na teoria de Del Priore (2000) as mulheres se sujeitam à mídia fazendo de tudo que é ilustrado como possível para evitar um envelhecimento normal e aceitando a categorização de que, não ser igual a imagem imposta então, é ser feia e indesejável pela sociedade. Russo (2005) comenta sobre a mudança socioeconômica que faz parte dessa indústria cultural pelos meios de comunicação objetivando vender produtos, equipamentos, mensalidades de academias, remédios na intenção de proporcionar o corpo estabelecido atualmente, existindo assim uma manipulação econômica sobre o padrão de beleza.

Dentre os possíveis problemas psicológicos que essa busca incessante do corpo ideal pode acarretar, algo extremamente preocupante é o comportamento que as mulheres adotam ao deixar de fazer algo que gostam e deixam-lhes felizes por não estar dentro do padrão de beleza. Chega-se a um ponto em que a sociedade aceita o fato que a beleza interfere nas relações sociais, afirmando que a beleza facilita tais relações.

Tem-se então um novo conceito de mulher contemporânea: uma mulher crítica com seu corpo, que faz o possível e o impossível para chegar ao padrão de beleza, que é um corpo magro e malhado. Esta mulher que se coloca em uma vida disposta ao saudável, reeducando sua alimentação, fazendo exercícios regularmente, ainda é a mesma mulher que se olha no espelho e encontra-se insatisfeita com sua imagem corporal, tendo sempre algo para mudar, sentindo-se muitas vezes com baixa autoestima ou deprimida, sentimentos que advém de uma não possível conquista da beleza.

Ao recordarmos diferentes conceitos sobre o corpo feminino, percebemos não ser algo fixo e sim um objeto que muda com o passar do tempo seguindo um trajeto comercial da mídia investidora em tendências alimentícias, produtos de beleza, medicalizações, cirurgias, entre outros métodos de influenciar a economia. A partir de toda essa análise mostra-se a necessidade de mudança de hábito da sociedade pela falta de crítica ao que a mídia lança como idealização, e de uma construção diferente da sociedade como descreve Rachel Moreno (2008, p. 78):

É essencial construirmos um discurso no qual a alimentação saudável e equilibrada seja mais importante do que a dieta; no qual a vida menos sedentária e as imagens realistas, múltiplas e relativas de beleza ganhem força; e no qual criemos condições de conseguir nos contrapor à manipulação da mídia e dos interesses avassaladores, desiguais e excludentes da sociedade de consumo. É preciso garantir, para além das condições de saúde e bem-estar de todos, a beleza da diversidade e a diversidade da beleza.

Há uma pressão social sobre o corpo da mulher, condicionando o corpo feminino a um modelo único de beleza, sendo pressionada principalmente a partir de imagens expostas pela mídia que a induz a acreditar que ficar fora do padrão de beleza atual é errado e excluso. Isto propaga um sentimento de culpa sobre a mulher, vinculando o não ter o corpo magro e malhado ao desleixo e a falta de vontade, descartando a subjetividade humana de cada corpo ser diferente do outro. Conclui-se a partir destas informações que as mulheres contemporâneas carregam nelas um peso que vai além do físico, um sofrimento emocional reivindicado por uma intransigência social.

 

Referências

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Camargo, T. P. P., Costa, S. P. V., Uzunian, L. G., Viebig, R. F. (2008). Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem corporal. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, 1, 1-15.

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Del Priore, M. (2000). Corpo a corpo com a mulher: pequena história das transformações do corpo feminino no Brasil. (2. Ed). São Paulo: Senac.

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5a ed.; Texto Revisado). Porto Alegre:Artmed.

Eco, Umberto. (2010). História da Beleza. Tradução de Eliana Aguiar. [1932]. Rio de Janeiro, Record.

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Rodrigues, W. C. (2007). Metodologia Científica. Paracambi: FAETEC/IST.

Russo, R. (2005). Imagem Corporal: construção através da cultura do belo. Movimento & Percepção, 5, 6.

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Sant’anna, D. B. (1995). Cuidados de si e embelezamento feminino: fragmentos para uma história do corpo no Brasil. In Sant’anna, D. B. (Eds). Políticas do corpo: elementos para uma história das práticas corporais. (pp. 121-139). São Paulo: Estação Liberdade.

Silva, L. J., Souza, R. F. (2013). O corpo no âmbito das redes sociais da internet. Congresso Unificado Unilavras VIII. Seminário de Iniciação Científica – VII Seminário PIBIC/CNPQ e V Seminário PIBIC/FAPEMIG II. Fórum Científico do Unilavras. Recuperado de http://www.seminariopibic.ufpa.br/.

 

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Luto: suas fases, seus sintomas e o tratamento.

LUTO: suas fases, seus sintomas e o tratamento.

O sentimento comum no luto é a dor, acompanhada de uma sensação de vazio, e de perda de interesse pelo mundo exterior, emerge uma preocupação com as memórias daquilo que se perdeu e dificuldade em seguir em frente com a rotina. Apesar de descrever os aspectos do luto, é importante lembrar que ele é um processo muito individual, que envolve fatores de cada personalidade, existindo em cada um expressões e formas de lidar diferentes.

O luto é um rompimento do sentido de segurança na vida, é uma quebra de vínculo, e pode se manifestar em qualquer tipo de perda, na morte de uma pessoa, em um término de relacionamento, a perda de um membro do corpo, na perda de um animal de estimação, enfim, em qualquer situação que ocorre o sentimento de perda.

No fato de acontecer essa perda, se vê necessário o respeito pelo tempo para conseguir acolher de forma saudável o processo de luto, pois segundo John Bowlby, um proeminente psicólogo e psiquiatra britânico reconhecido como o arquiteto da Teoria do Apego como uma fundação crucial para compreender as complexidades das relações humanas, descreveu o luto como sendo um processo de quatro fases:

  • 1º CHOQUE: o estágio inicial em que a perda não é plenamente reconhecida, caracterizado por uma sensação de incredulidade.
  • 2º PROTESTO: nesta fase, surge um anseio intenso e a busca pelo que foi perdido, frequentemente acompanhado de sentimento de tristeza profunda e até raiva.
  • 3º DESESPERO: a compreensão de eu a perda é permanente se instala, trazendo consigo um sentimento avassalador de desamparo.
  • 4º ACEITAÇÃO: o estágio final é marcado pela adaptação à perda e pelo início de um processo de reconstrução da vida.

Bowlby também coloca que é fundamental passar por cada fase e completa-las antes de avançar para a próxima, evitando o risco de ficar preso em um fase ou intercalar constantemente entre elas. Este comportamento pode levar a uma crise emocional, resultando em um luto disfuncional ou até mesmo em transtornos mentais, como a depressão.

O tratamento psicológico do luto é uma jornada de apoio, compreensão e cura. A terapia não visa simplesmente em superar a perda, mas a aprender a viver com ela, através de estratégias para lidar com a tristeza, com o desamparo e com a raiva. O suporte emocional que a terapia proporciona é uma prevenção ao luto disfuncional.

Uma jornada de luto real e desafiadora é  pelo fim das relações, sendo que o término de um relacionamento é mais do que uma despedida entre pessoas, essa ocorrência traz para muitas mulheres uma vivencia de luto, um período marcado por uma montanha-russa de emoções, gerando pensamentos negativos e desafios significativos para si. Dentro destes sentimentos a insegurança e o medo se prevalecem na sensação de estar sozinha, de enfrentar as dificuldades para recomeçar e gerar pensamentos sobre não ser capaz, isso pode resultar em um cansaço emocional profundo, tornando cada passo mais difícil do que realmente é.

A pressão social e familiar pode intensificar a vergonha de estar solteira, especialmente se houver o peso adicional de ser mãe solo. A solidão nesse momento pode levar a uma sensação de inadequação e até mesmo ao afastamento de amizades fortalecendo a sensação de fracasso e impotência. Neste processo de luto as emoções e as pressões podem resultar em situações de risco como a volta para um relacionamento de abuso, em busca de sentir a segurança e adequação social, ou até mesmo gerar um transtorno de humor como a depressão de leve a grave. A importância de respeitar as fases do luto em todas as situações de perda é uma ação preventiva de saúde mental e autocuidado.

Em todos os casos de luto a ajuda terapêutica por um profissional é uma forma essencial de enfrentar esse desafio, nela se encontra o apoio emocional e suporte para a reconstrução da segurança com a autoconfiança, organização do processo de recomeço e mostrar uma facilidade na adaptação a esta nova fase da vida.

Para estes momentos difíceis que estou aqui para apoiar você nesse caminho de autodescoberta e recuperação.

 

Referências:

ALVES, Tania Maria. Formação de indicadores para a psicopatologia do luto. São Paulo, 2014.

BASSO, Lissia Ana; WAINER, Ricardo. Luto e perdas repentinas: Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas 2011•7(1)•pp.35-43.

RAMOS, Vera Alexandre Barbosa. O processo de luto. Psicologia.PT – O portal da psicologia [on-line]. www.psicologia.pt.2016.

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Tendo alguém para conversar

meninas conversando em cozinha

Há momentos em que carregamos fardos pesados e nos sentimos sozinhos em nossas lutas. Nesses momentos, ter alguém para conversar pode fazer toda a diferença.

A terapia proporciona um espaço seguro e confidencial para explorar suas emoções e preocupações. É uma oportunidade de ser ouvida sem julgamento e receber o apoio e a orientação de que você precisa.

Na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), você pode discutir seus sentimentos e aprender estratégias eficazes para gerenciar emoções difíceis e comportamentos destrutivos. A Terapia do Esquema, por sua vez, ajuda a entender como os esquemas mentais formados ao longo de sua vida podem afetar a maneira como você se relaciona consigo mesma e com os outros.

Na Neuropsicologia, você pode explorar a relação entre seu cérebro e comportamento, desenvolvendo uma compreensão mais profunda de si mesma. E na Nutrição Comportamental, você pode discutir suas lutas com a alimentação e aprender a desenvolver um relacionamento mais saudável com a comida.

Ter alguém para conversar – seja um amigo, um membro da família, ou um profissional de saúde mental – pode ser um passo importante para superar desafios e promover a cura. Lembre-se, você não está sozinha e há ajuda disponível.

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Vivendo melhor com a terapia em dia

mão tocando flores
mão tocando flores

A terapia não é apenas para momentos de crise. Ela também pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar a qualidade de vida, proporcionando autoconhecimento, crescimento pessoal e bem-estar emocional.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é um excelente recurso para ajudar a identificar e desafiar pensamentos e crenças negativas que podem estar impedindo você de viver a vida que deseja. Ela também pode fornecer estratégias práticas para gerenciar o estresse e melhorar a saúde mental.

A Terapia do Esquema, por outro lado, permite que você compreenda como os esquemas mentais formados ao longo da vida podem influenciar suas emoções, pensamentos e comportamentos. Com esta compreensão, você pode começar a desafiar e alterar os padrões de pensamento que não estão mais lhe servindo.

A Neuropsicologia ajuda a entender como o cérebro e a mente trabalham juntos, permitindo que você otimize seu funcionamento mental e emocional. Compreendendo os processos cerebrais, podemos trabalhar para melhorar a memória, atenção e outras funções cognitivas.

A Nutrição Comportamental se concentra em como nossos comportamentos e emoções afetam nossas escolhas alimentares. Ao entender a relação entre alimentação e emoção, você pode desenvolver hábitos alimentares saudáveis que suportam seu bem-estar físico e emocional.

Com a terapia em dia, você pode esperar uma vida mais equilibrada e gratificante, repleta de autocuidado e crescimento pessoal.

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